GRUPOS DE TRABALHO (GTs)

GT 1-HISTÓRIA, MEMÓRIA E IDENTIDADE

Dr. Alan Dutra de Melo

Dr. Ronaldo Bernardino Colvero

Dra.Hilda Jaqueline de Fraga

O objetivo do GT é estabelecer aproximações entre a história, memória e Identidade elementos importantes na compreensão das sociedades de Fronteiras. As relações de poder instituída ao longo do tempo pelas Elites alteraram as relações entre estado e sociedade estabelecendo um novo contexto social nestas regiões. As Políticas Públicas em regiões de fronteiras necessitam de uma melhor compreensão da realidade social para isto é importante congregar nestas discussões os diferentes saberes de todas as áreas do conhecimento.

GT 2-EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE: COMPARTILHAR E (RE)PENSAR A PRÁTICA EDUCATIVA E OS DESAFIOS INSTITUCIONAIS EM TEMPOS PÓS-PANDÊMICOS

Dra. Mariana Jantsch de Souza

Me.Fabrício Luis Haas

Dra.Naiara Souza da Silva

Inspirado nos desafios vivenciados em nossas instituições de ensino e em nossas salas de aula no contexto pós-pandemia, este grupo de trabalho propõe constituir-se em um espaço para a partilha de experiências e práticas educativas, como um momento de reflexão sobre a ação pedagógica no âmbito do ensino, da pesquisa, da extensão, bem como das demandas sociais e institucionais de revisão e reorganização dos processos de ensino. Retoma-se a premissa freiriana de que “a prática docente crítica envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer” (Freire, Pedagogia da Autonomia) para trocar informações, sensibilizar e mobilizar pesquisadores/as e educadores/as dispostos/as a problematizar a relação educação, cultura e sociedade. Busca-se construir, por meio do diálogo crítico na esteira da pedagogia freiriana, um caminho diverso, produtivo e formativo para que as práticas e experiências compartilhadas neste espaço possam inspirar novas práticas em diferentes contextos, enriquecendo as possibilidades de renovação do processo educativo, dos profissionais e das instituições de ensino. Na trilha do tema do IX EHM, “Percurso multidisciplinar e a descolonização dos saberes: cultura, educação e sociedades”, são bem-vindos trabalhos que de algum modo discutam a relação educação, cultura e sociedade na perspectiva da formação cidadã e humanista, consciente de que a educação é uma forma de intervenção na sociedade. Propõe-se um espaço de discussão plural, atento à diversidade e que tenha no horizonte que ensinar exige reflexão crítica sobre a prática, exige apreensão da realidade, bem como reconhecimento e assunção da identidade cultural. Gostaríamos de reunir colegas interessadas/os em dialogar sobre práticas e reflexões no contexto da educação formal e não-formal, em todos os níveis de ensino (educação básica e superior) e modalidades (presencial, semipresencial, educação a distância).

GT3-  EPISTEMOLOGIAS DO SUL GLOBAL E FILOSOFIAS DA DIFERENÇA: DA PRODUÇÃO MULTI E TRANSDISCIPLINAR DE SABERES EM TRAVESSIAS

Dra. Dulce Mari da Silva Voss

Ma.Clarice Gomes de Almeida

Ma.Eliada Mayara Alves Krakhecke

Ma. Hélen de Oliveira Soares Jardim      

O Grupo de Pesquisa Philos Sophias convida pesquisadores/as/os dos campos das Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Agrárias, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Educação, Linguística, Letras e Artes, ao compartilhamento de estudos e pesquisas nesse GT que objetiva entrecruzar leituras e análises em perspectiva teórico-epistemológica e metodológica pluralista e decolonial, por meio de articulações entre teorizações da Diferença e Epistemologias do Sul. Pretendemos criar ressonâncias entre produções científicas voltadas à desconstrução da ordem majoritária capitalística, na qual as ciências e as tecnologias estão direcionadas diretamente à supremacia do consumo e a serviço da morte de inúmeros povos, populações e culturas subjugadas. Combater fascismos contemporâneos de um “eu” em oposição a um “outro” desterritorializado, racializado, generificado, sexuado, silenciado. Identidades fixadas em oposições assimétricas sobre a imensa superfície do capital-dinheiro que captura toda forma de fluxo de vida (Deleuze; Guattari, 2010). Colonização de desejos, afetos tristes, exclusões e, portanto, mortes no nível das intensidades e potências dos diferentes corpos. Entendemos que podem coexistir inúmeras formas de aprender, dizer, cultivar afetos em outros mundos mediados por relações solidárias e equilibradas entre forças viventes e não-viventes. Com base em Santos (1995, p. 508), vemos que as Epistemologias do Sul se assentam em três orientações: “aprender que existe o Sul; aprender a ir para o Sul; aprender a partir do Sul e com o Sul”. Percebemos essas orientações não como dicotomização arbitrária e excludente de separação norte ou sul, territórios geográficos ou mesmo origens identitárias. Ao nosso ver, epistemologias voltadas ao sul, aos modos como se constituiu historicamente a colonização, requerem formas de tradução e expressão que se diferenciam do pensamento eurocêntrico moderno. Trata-se de criar novas epistemologias, mas também de borrar fronteiras, num estado de abertura e fluidez constante, pensamentos em multiplicidades que capacitam formas mais abrangentes de ver, inventar e dizer do desconhecido, sem determinar de antemão uma linha única de construção dos conhecimentos, mas sim, forjar articulações no entre, isso E aquilo E aquilo outro. Produção de estilos singulares e posicionamentos éticos claros e consistentes, de modo a traduzir e expressar novas possibilidades de existências e de ciências em devir. Por essas vias, fazemos o chamado à participação e ao diálogo de quem desejar desaprender e aprender junto nesse fluxo de travessias.

 GT4-ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS: ATUAÇÃO DOCENTE E DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PIBID E RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA

Dr.Antonio Mauricio Medeiros Alves

Dra. Caroline Terra de Oliveira

Me.Luana Leal Alves

O Grupo de Trabalho Ensino de Ciências e Matemática nos anos iniciais tem por objetivo promover o debate e discussão de pesquisas e relatos de experiência sobre ensino e aprendizagem nos campos da Ciências da Natureza e da Matemática, tendo como foco propostas desenvolvidas em turmas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, tanto por docentes quanto por estudantes dos cursos de Pedagogia, Matemática, Biologia e áreas afins. Contempla, entre outras questões, aspectos relacionados aos seguintes processos: práticas docentes; didática; tendências pedagógicas; metodologias de ensino; experiências inovadoras; materiais didáticos; avaliação. Entende-se que a área da Pedagogia tem sob sua responsabilidade a formação de professores polivalentes para atuação na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, cujo objetivo principal é a promoção dos processos de alfabetização, entretanto, também é função dos egressos desse curso o desenvolvimento de outras habilidades que perpassam pelo ensino de Matemática e de Ciências, em paralelo ao processo de alfabetização, conforme previsto em diferentes documentos curriculares oficiais, dentre os quais destaca-se a Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Desse modo, propõe-se trazer ao debate práticas docentes e de bolsistas de projetos institucionais de formação inicial, tais como o Programa Institucional de Iniciação à Docência – PIBID e a Residência Pedagógica – RP, visando a qualificação do conhecimento sobre o ensino de Ciências e da Matemática para os acadêmicos de distintas licenciaturas e para os professores e professoras dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Além disso, busca-se ampliar e compartilhar saberes sobre a docência nos Anos Iniciais, especialmente, àquela relativa aos processos de alfabetização via ensino de Ciências e Matemática, promovendo uma reflexão acerca da articulação entre a teoria e a prática, através de trabalhos que contemplem o ensino de Ciências e Matemática para os Anos Iniciais. Finalmente pretende-se ampliar o debate e as compreensões dos participantes sobre: a alfabetização de crianças e as contribuições das Ciências e da Matemática; o processo de planejamento para atuação docente; da docência na educação regular em escola pública, por meio da iniciação à docência ou da residência pedagógica; os conhecimentos construídos a partir da aplicação de projetos e sequências didáticas para o Ensino de Ciências; da relação estreita com o objetivo da docência, o ensino; dos conhecimentos da área específica, as Ciências e a Matemática, bem como acerca das relações entre supervisores e preceptores e bolsistas dos programas citados.

GT5- POLÍTICA NA AMÉRICA LATINA: EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS

Dra. Caroline Bianca Graeff

Dra.Marina dos Santos Landa

Dr.Bruno Souza Garcia

Os proponentes desse Grupo de Trabalho, nos encontros anteriores abordaram as temáticas da Educação, das Letras e das Ciências Humanas, relacionando-as com a Política, buscando valorizar os debates e visões interdisciplinares. Aproveitando a oportunidade do evento, resgata-se o tema da Política a partir da análise das experiências vividas no contexto latino-americano, promovendo discussões sobre o panorama político e social no continente, visando o descentramento epistêmico do saber e a produção de conhecimento a partir de estudos aqui desenvolvidos. Justifica-se a proposta levando em consideração a conjuntura política e social dos países da América Latina. Longe da consolidação democrática, as regiões experimentam um período de recessão, tornando-se vulneráveis a discursos ultra-conservadores e à manutenção dos legados autoritários, associados ao agravamento das desigualdades sociais e econômicas e a precarização do trabalho e da cidadania. Vivenciam embates entre pautas progressistas e conservadoras, constantes questionamentos aos regimes democráticos, polarização social e carência de uma unidade regional para a resolução dos problemas sociais latino-americanos. O Grupo de Trabalho acolherá pesquisas e contribuições teóricas e análises empíricas que destaquem a reflexão sobre a política no Brasil e na América Latina, discutindo as instituições (atribuições, funções e os processos decisórios), disputas por poder pelos atores políticos (partidos, movimentos sociais, grupos conservadores, lobistas e etc), a formulação, implantação e eficácia das políticas públicas, conflitos sociais, ambientais e identitários, a partir da perspectiva interseccional, abarcando questões referentes a raça, classe e gênero (como exemplo as discussões sobre Escola sem Partido, Homeschooling, uberização do trabalho, demarcação de terra indígenas, flexibilização da leis de proteção ao meio ambiente e o controle do corpo das mulheres). Objetiva-se contribuir com a promoção da pluralidade de saberes desenvolvidos nos diversos âmbitos de estudo da política, articulando um intercâmbio de experiências, metodologias e referenciais bibliográficos e fomentando a interlocução entre saberes distintos e multidisciplinares. Através das discussões, espera-se estimular os estudos sobre os desafios enfrentados pelos países latino-americanos nesse momento de instabilidade política, retrocesso e desmonte de direitos, reforçando a importância da área das humanidades nesse cenário em que há necessidade de ampliação de recursos para as demandas sociais, no qual os locais de discussão estão cada vez mais escassos e menos valorizados.   

GT6-REFLEXÃO E DISCUSSÃO A RESPEITO DAS FEMINILIDADES E QUESTÕES LGBTQI: (IN)VISIBILIDADES E SILENCIAMENTOS NOS ESPAÇOS ESCOLARES E MÍDIAS

Ma. Viviane Hasfeld Machado

Ma. Letiane Oliveira da Fonseca

Ma.Susana da Mata Ramos Geppert

O Grupo de Trabalho “Reflexão e discussão a respeito das Feminilidades e questões LGBTQI: (in)visibilidades e silenciamentos nos espaços escolares e mídias”, apresenta esta proposta como tema de grande relevância na atualidade, atendendo às (im)posições curriculares, tendo como objetivos: a) Estabelecer uma rede dialógica sobre as políticas, processos e práticas educativas nas modalidades especializadas de ensino, bem como mídias e artefatos culturais que dialoguem com as temáticas de gênero e b) Debater sobre propostas sobre os fundamentos e práticas em educação popular com vistas à realidade. Deste modo, propõe um espaço plural, atento à diversidade para compartilhamento de experiências na realidade como tema multidisciplinar e transversal que se desdobra em várias áreas de investigação e intervenção, entre essas a educação sexual com perspectiva de gênero. c) Reunir pessoas interessadas em dialogar sobre “práticas e reflexões”, sendo que propostas finalizadas ou em andamento são bem-vindas. Em um tempo marcado pelo ‘aqui e agora’, onde o apelo às questões de gêneros e sexualidades é constante, importa que cultura, educação e sociedades tragam ao seminário questões de gênero e diversidade sexual, prementes no quadro dos Direitos Humanos. Este GT propõe o olhar sobre a transição das pedagogias que estiveram presentes e transversalizadas, por vezes invisibilizadas, mas que na sociedade se faz necessário, criando soluções e alternativas ou ainda buscando por essas. Nesse sentido, aqueles/as interessados/as em compartilhar suas reflexões sobre as instituições, políticas e gestão dos processos de educação nas instituições educacionais, especialmente, no cenário da atualidade, propomos este GT num mundo em transição com Pedagogias, também, em transição.

GT7-PRÁTICAS PEDAGÓGICAS MULTIDISCIPLINARES EM TEMPOS PANDEMÊMICOS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES 

Dra. Josimara Wikboldt Schwantz

Dra.Sandra Espinosa Almansa

O grupo de trabalho (GT) tem como objetivo proporcionar um espaço de discussão e apresentação de práticas multi e transdisciplinares, experiências e/ou metodologias consideradas potentes e inventivas desenvolvidas por docentes e outros profissionais da educação durante e após a pandemia de Covid-19, a fim de problematizar as condições, limites e possibilidades de criação e do fazer pedagógico em meio ao caos. Todos e todas sabemos os desafios que temos enfrentado na profissão nestes últimos anos, acentuando-se, principalmente em decorrência da proliferação do Coronavírus a nível mundial, desde o ano de 2020. Com o fechamento das escolas em função da necessidade de distanciamento social, encontrou-se uma alternativa para o atendimento aos estudantes que foi o ensino remoto emergencial (ERE). A partir de então, as professoras e professores de diferentes níveis de ensino enfrentaram condições adversas para ensinar-aprender, criando propostas de atividades pedagógicas na tentativa de alcançar a interação dos seus estudantes. Este GT pretende dar oportunidade para que interessados possam expor suas práticas de ensino, pesquisa e/ou extensão realizadas tanto na educação básica quanto no ensino superior em instituições públicas e privadas durante o modelo de ERE e, ainda, discutir sobre a ressignificação do trabalho docente após vivenciar esta experiência, como isso afeta os modos de se ver/ser e fazer a docência atualmente. Trata-se, também, de pensar e problematizar sobre as condições de produção de subjetividades nesta contemporaneidade, considerando as consequências sociais, econômicas, políticas e de saúde enfrentadas por todos nós nestes últimos anos. Consideramos, de acordo com Félix Guattari (2012), a subjetividade enquanto produzida por instâncias individuais, coletivas e institucionais. Ela não está dada, mas é constantemente produzida. O que somos está direta e indiretamente implicado à nossa inserção no mundo e às maneiras como entendemos e interagimos com este mundo, dando sentido às atividades exercidas. Vivemos um tempo que solicita de nós não somente a compreensão do que estamos passando, mas a necessidade de instantes de suspensão dos sentidos já dados e abertura para possibilidades de ressignificação do fazer e do pensar em Educação.

 GT8- CULTURA, FRONTEIRA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Dra. Maria de Fatima Bento Ribeiro

Me. Carlos José de Azevedo Machado

Dra.  Angela Mara Bento Ribeiro

Este GT visa à reflexão da cultura. Em especial, o interesse se dá no espaço da América Latina, no uso dos espaços e nos sentidos que são produzidos. Tais espaços citados são constituídos de múltiplas vozes, formando, assim um território de intercâmbio cultural. Nessa perspectiva, temos uma socialização de informações das mais diversas áreas do conhecimento, tanto do erudito quando do popular, que se torna visível através de estudos que entendem a cultura como instrumento de soft power nas relações internacionais.

GT9-TURISMO, LAZER E CULTURA: POSSIBILIDADES, CRIATIVIDADE E INCLUSÃO  

Dra. Alessandra Buriol Farinha

Ma.Juliana Rose Jasper

Dra.Alice Leoti Silva

Dra. Patricia Schneider Severo

Entende-se que as discussões, pesquisas e contribuições de turismo, lazer e cultura devem estar conectadas com a perspectiva hodierna, voltada para o humanismo, os saberes tradicionais, a autoestima de autóctones e com o planejamento turístico inclinado a priorizar as comunidades locais nos processos e relações que surgem da atividade turística. Promover discussões para inclusão social e o acesso de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida ä atividade turística. Propostas de turismo e lazer coerentes com a realidade local, criatividades na constituição de ações e espaços de hospitalidade, a promoção da interação social são aspectos relevantes para pensarmos novas formas de turismo, mais humano e conectado ao outro e menos no self, na individualidade e no consumismo que nos afasta. Este grupo de trabalho propõe contemplar estudos e pesquisas em turismo, lazer e cultura, mercado turístico, cases de turismo de base comunitária, impactos sociais, culturais, ambientais, as diversas interações e olhares de realidades locais e outros. Busca pesquisas com o intuito de apresentar o turismo, o lazer e a cultura como agentes indissociáveis e transformadores do meio social.

GT 10-A INSERÇÃO DA TEORIA CULTURAL-HISTÓRICA DA SUBJETIVIDADE COMO UMA METODOLOGIA PARA PESQUISA INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SUAS DIFERENTES POSSIBILIDADES DE INVESTIGAÇÃO SOBRE/COM PRÁTICAS SOCIOCULTURAIS E DESENVOLVIMENTO SOCIAL E HUMANO 

Dra.Solange Beatriz Billig Garces

Dra. Sirlei de Lourdes Lauxen

Ma. Adriana da Silva Silveira

Ma. Dulcilene Alves de Melo

A proposição deste estudo é refletir sobre a inserção da Teoria Cultural-Histórica da Subjetividade, desenvolvida por Fernando Luis González Rey (1949-2019) como uma possibilidades de metodologia de pesquisa interdisciplinar em Ciências Sociais e Humanas a partir da ênfase em investigações sobre Práticas Socioculturais em uma diversidade de áreas, tais como: os direitos humanos, o envelhecimento, a educação, a linguagem, o meio ambiente, as políticas sociais, a cultura, os movimentos sociais e que resultem em sujeitos ativos com o desenvolvimento de um sentido subjetivo (tanto dos pesquisadores quanto dos participantes da pesquisa) e que, ao mesmo tempo, lhes possibilite, individual e coletivamente, gerar um desenvolvimento social e humano. A proposição deste GT é ampliar a compreensão sobre a subjetividade humana, que se apresenta e como se apresenta, quando realizamos pesquisas qualitativas em contextos de práticas socioculturais nos mais diversos espaços de atuação da vida humana. Fernando Luis González Rey (1949-2019) desenvolveu a Teoria Cultural-Histórica da Subjetividade, onde o foco está o sujeito ativo que procura compreender a realidade subjetiva nos mais diferentes contextos reais da vida humana, em seus diferentes desafios socioculturais que se apresentam. Segundo Peres (2019, 46/47) “[…] a produção do conhecimento sobre o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade, principalmente pela construção de um modelo de pesquisa qualitativa” deve envolver o pesquisador “em processos de reflexão epistemológica e teórica, e não na simples coleta empírica de dados.” Essa é uma explicação importante para que pesquisadores experientes, bem como os “iniciantes” em pesquisas qualitativas, especialmente com foco em práticas socioculturais e interdisciplinares, possam compreender a importância de desenvolver o sentido da subjetividade em suas pesquisas empíricas. Ou seja, a maior contribuição de Rey, com sua Teoria da Subjetividade, por meio de um método construtivo interpretativo é produzir teoria a partir dos dados empíricos, de forma subjetiva, não apenas “descrever” dados, refletindo sobre a complexidade de inter-relações que aparecem nesta realidade e que vão ser os responsáveis pela constituição subjetiva do desenvolvimento do sujeito, como indivíduo e como sociedade. Isso se torna compreensível a partir do que Rey (2011, p. 30) destaca como uma realidade complexa de “criação teórica acerca da realidade plurideterminada, diferenciada, irregular, interativa e histórica, que representa a subjetividade humana.” Entendemos que esta teoria traz o embasamento necessário que precisamos ter sobre a subjetividade, que nas pesquisas qualitativas é elemento fundamental, diferentemente de outras abordagens que priorizam apenas a racionalidade. Por isso traremos para reflexão os conceitos centrais da Teoria da Subjetividade, apresentada por Rey: Subjetivo; Subjetividade; Sentido Subjetivo; Configurações Subjetivas e Sujeito. Além disso, entendemos ser necessário o entendimento de ação, já que em nossa reflexão só nos tornamos sujeito quando desenvolvemos nossa subjetividade e a colocamos em ação para transformação da realidade, de forma crítica, questionadora, dialógica. Assim, importante trazer um excerto de uma reflexão sobre esses conceitos que embasam a Teoria da subjetividade: O sujeito representa o indivíduo subjetivado, produtor de sentidos através das configurações subjetivas que caracterizam sua personalidade, imerso de forma permanente nos contextos nos quais atua e se expressa. Esses processos ocorrem na relação contraditória entre as várias necessidades do sujeito, que se definem por configurações subjetivas que entram em jogo em cada um dos espaços sociais de sua ação; e também pelas novas necessidades derivadas do contexto em que atua (GONZÁLEZ REY, 2004, p. 157-158).

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