A partir de um panorama da arte popular brasileira, o curso debaterá o próprio conceito de “arte popular”, pensando em como os cânones podem balizar a história cultural. Ao longo das aulas, serão analisadas obras de artistas autodidatas que produziram ao longo dos séculos XX e XXI, principalmente nas regiões nordeste e centro-oeste do Brasil, bem como propostas curatoriais desse mesmo período, em uma busca por entender como o circuito institucional se posiciona em relação à arte destes produtores não acadêmicos. Cada momento contará com o apoio de referências teóricas da antropologia e da história da arte, que ajudarão a embasar as discussões.
Objetivo:
Analisar a produção artística brasileira não acadêmica, com o intuito de ampliar os horizontes culturais e discutir quais são as limitações dos cânones estabelecidos. Criar diálogos com a produção artística de outros países latino-americanos, por meio da contribuição do grupo de participantes.
Destinatários:
Estudantes e pesquisadores da arte e da história da arte, artistas, profissionais de instituições
artísticas, interessados em geral.
Docente:
Profa. Ma. Barbara Cristina de Campos Almeida Passeau [Currículo Lattes]
Mestre em Abordagens Teóricas da Arte pelo Instituto de Artes da UNESP, faz parte do Laboratório de Pesquisa em Identidade e Diversidade Cultural do referido instituto e desenvolve pesquisa focada em história e crítica de arte brasileira. Possui graduação em Comunicação Social Com Habilitação em Relações Públicas pela Universidade de São Paulo (2012) e especialização em Mídia, Informação e Cultura pelo Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação, da mesma instituição (2014).
Código de área do conhecimento (CNPq):
8.00.00.00-2 Linguística, Letras e Artes
8.03.01.02-9 História da Arte
Ementa:
[Aula 1]
Arte “popular”: limitações
Objetivo:
Contextualizar o termo “popular” e traçar um panorama histórico de como a produção artística brasileira têm sido classificada, passando por conceitos como “brüt”, “näif” e “folclore”. Apresentar a obra de artistas que se enquadraram em alguma dessas categorias ao longo da história.
Bibliografia:
ZANINI, WALTER, org. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983, 2v.
BARDI, Lina Bo. Tempos de Grossura: o Design do Impasse. Instituto Lina Barbi, 1994.
[Aula 2]
Cânone: hibridação e diálogos
Objetivo:
Apresentar o conceito de hibridação e discutir como classificar uma arte como “popular” contemporaneamente.
Bibliografia:
CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 2015.
BECKER, Howard. Art Worlds.California: Universty of California Press, 1982.
[Aula 3]
Exposições: mitos e rituais
Objetivo:
Discutir o projeto expositivo de algumas exposições realizadas acerca do tema, como a “Mostra do Redescobrimento” (2000) e “A Mão do Povo Brasileiro” (2016).
Bibliografia:
PEDROSA, Adriano; TOLEDO, Tomás; GONZÁLEZ, Julieta. A mão do povo brasileiro 1969/2016. Catálogo da exposição realizada de 2 de setembro de 2016 a 22 de janeiro de 2017 no Museu de Arte de São Paulo. São Paulo: MASP, 2016. 313p. Valladares, Clarival do Prado. A arte do casual. Mostra do Redescobrimento. P. 147 e 175, 2000.
[Aula 4]
Artistas: obra e reconhecimento
Objetivo:
Analisar criticamente a produção artística de artistas autodidatas brasileiros, como Mestre Vitalino, D. Izabel, GTO, Nhô Caboclo e Mestre Galdino. Estabelecer diálogos entre suas poéticas e contextos históricos.
Bibliografia:
COIMBRA, Silvia Rodrigues; MARTINS, Flávia; DUARTE, Maria Letícia. O reinado da lua: escultores populares do nordeste. Recife: Caleidoscópio, 2010.
FROTA, Lélia Coelho. Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2005.
MASCELANI, Angela. O Mundo da Arte Popular Brasileira. Rio de Janeiro: Mauad Editora, 2009.
Cronograma:
Inscrições:
De 12/05/2020 (Terça-feira) a 30/10/2020 (Sexta-feira)
Curso:
De 02/11/2020 (Segunda-feira) a 30/11/2020 (Segunda-feira)