Grupos de Trabalhos

Grupos de Trabalhos

Código

Nome

Coordenadores

GT-01

Cinema e Audiovisual

Dra. Carla Daniela Rabelo Rodrigues; Dra. Cíntia Langie Araujo; Dr. Guilherme Carvalho da Rosa e Dr. Roberto Ribeiro Miranda Cotta.

GT-02

História, Educação e humanidades: diálogos e possibilidades didáticas

Dra.  Jaqueline Ap. M. Zarbati; Dranda. Silvia Amanda Zuppa e Dra. Sonia Bázan.

GT-03

Antropologia Política: precarização do trabalho no período da pandemia

Dra. Fernanda Valli Nummer; Dra. Maria Cristina Caminha Castilhos França.

GT-04

Educação Matemática no extremo-sul gaúcho

Dr. João Carlos Pereira de Moraes; Dra. Marta Cristina Cezar Pozzobon; Dr. Antonio Mauricio Medeiros Alves e Dr. João Alberto da Silva.

GT-05

Educação Ambiental na Educação Infantil e nos Anos Iniciais: formação de professores e práticas pedagógicas

Ma. Gabrielle Lopes das Neves e Dra. Caroline Terra de Oliveira.

GT-06

Discurso em Análise: reflexões sobre o jogo de forças envolvido na produção e na circulação de sentidos

Dra. Naiara Souza da Silva e Dra. Mariana Jantsch de Souza.

GT-07

A Cartografia no Fazer Pedagógico

Dra. Marilú Angela Campagner; Dra. Barbara Regina Gonçalves Vaz e Me. Leonardo Cardozo Vieira.

GT-08

O processo saúde-doença à luz do modelo biopsicossocial: aportes de pesquisas qualitativas para a humanização do cuidado

Dr. Rodrigo Sanches Peres e Dr. Eduardo Name Risk.

GT-09

Cartografia como método nas ciências humanas e sociais

Dra. Carla Gonçalves Rodrigues; Dr. Josimara Wikboldt Schwantz e Dranda. Ana Paula Freitas Margarites.

GT-10

Conjuntura política e o cenário de pandemia no Brasil

Drando. Bruno Souza Garcia e Dranda. Caroline Bianca Graeff.

GT-11

Entre diálogos interdisciplinares e literatura no contexto latino-americano: realismo mágico nos tempos de pandemia global

Drando. Julio Marinho Ferreira e Drando. Arielson Teixeira do Carmo.

GT-12

Cultura, Territorialidades e Fronteiras: reflexões em tempos de pandemia

Dra. Maria de Fátima Bento Ribeiro; Dra. Ângela Mara Bento Ribeiro; Drando. Cláudio Renato de Camargo Mello e Drando. Carlos José de Azevedo Machado.

GT-13

Turismo, sociedade e cultura de fronteira na pandemia do covid-19

Dra. Ângela Mara Bento Ribeiro; Dra. Adriana Pisoni da Silva; Dra. Marilu Ângela Campagner May e Dra. Juliana Rose Jasper.

GT-14

História, Memória, Identidades

Dr. Alan Dutra de Melo; Dr. Ronaldo Bernardino Colvero; e Dra. Hilda Jaqueline Fraga.

GT-15

O ensino e aprendizagem de língua: a construção do conhecimento do professor além do sistema linguístico

Dra. Nádia Maria Silveira Costa de Melo e Dra. Eliana Crispim França Luquetti.

 

Descrição dos Grupos de Trabalhos

GT-01  Cinema e Audiovisual

Desde seu surgimento, o campo do Cinema e Audiovisual relaciona-se com diversas áreas do conhecimento humanístico. Nas últimas décadas, tem sido notável a ampliação de estudos interdisciplinares dispostos a pensar as obras cinematográficas, os seriados televisivos ou as narrativas transmidiáticas, a partir de perspectivas sociológica, antropológica, histórica, filosófica, entre outras. Com reflexões teóricas que passam pela subjetivação do olhar, assim como discursos e experiências atravessados por múltiplas percepções culturais, sociais e econômicas, os dispositivos cinematográficos e audiovisuais articulam variadas formas, materialidades, práticas espectatoriais e composições de imaginários capazes de trazer uma amplitude intelectual para o campo das Ciências Humanas e das Artes. Por isso, faz-se relevante o entendimento de como as imagens e sons operam estética e politicamente no mundo contemporâneo. A proposta deste eixo temático é congregar conhecimentos que proporcionem partilha científica sobre o próprio campo do cinema e audiovisual, bem como suas interfaces. Nesse sentido, espera-se receber trabalhos acadêmicos de pesquisadores que tenham em comum objetos e temas de pesquisa relacionados ao universo do cinema e audiovisual, e interseções com outros campos do conhecimento.

GT-02  História, Educação e humanidades: diálogos e possibilidades didáticas

O presente simpósio tem como objetivo congregar as pesquisas e estudos que envolvam as contribuições didáticas da História, da educação com temas relacionados as humanidades. A proposição em congregar as pesquisas conduz a ampliação dos debates e da formação de redes de saber, no campo da abordagem sobre os rumos das humanidades com aprofundamento de análise. Nesse sentido, os estudos sobre Ensino de História, Patrimônio cultural, abordagens decoloniais, didática da história, fontes educativas, religiões História e cultura africana, museus e educação, práticas interdisciplinares podem compor esse simpósio.  Buscamos envolver  as ações e capacidade de leitura das fontes e de produção de aulas, capacidade de produzir informações inferenciais; capacidade de organizar as informações, sejam elas de tempo, espaço ou temáticas; capacidade de desenvolver um texto baseado nas informações primárias e,  logicamente, e sobre aquelas  fontes extras que  são colocadas à prova e consolidadas. Mediante a pesquisa histórico-didática imaginada, os alunos conquistam também a consciência das passagens fundamentais do processo de construção do conhecimento histórico e os conceitos a esses ligados como as fontes, documentos, informações, texto etc. A memória, analisada como vivências e experiências coletivas, que podem ser ressignificadas no presente, como fio que conduz as tramas das relações que envolvem subjetividades dos diferentes grupos. Os estudos podem versar sobre diferentes espaços de saber, no Brasil e na Argentina, envolvendo as concepções históricas, didáticas e formativas no ensino. Torna-se importante dialogar sobre as diferentes experiências educativas que abordem ou contemplem as nuances da formação histórica e das ações educativas. Nesse sentido, se compreende o emaranhado de abordagens teóricas e metodológicas sobre os processos de preservação, valorização, divulgação e produção do conhecimento sobre o patrimônio cultural material e imaterial, que, como principal instância reverbera História ensinada, em diferentes níveis de ensino.  Baseamos as concepções teóricas e metodológicas na abordagem de Rusen (2012), ao fundamentar a consciência histórica como lugar da aprendizagem, encaminha para novas dimensões da aprendizagem histórica.  Assim fundamentamos nossa análise, na formação da consciência histórica, leva em consideração que tanto os professores quanto os alunos fazem parte de um coletivo e de um tempo social. Assim, o ST agrupará pesquisas, experiências de saber docente em diferentes níveis de ensino, projetos de ensino e extensão que versem sobre as abordagens de ensinar história e na educação, que envolvam temas e ações com o envolvimento da diversidade, cultura e interdisciplinaridade.

GT-03  Antropologia Política: precarização do trabalho no período da pandemia

A precarização é a realidade do trabalho da maioria dos brasileiros em condições subjetivas e objetivas. É dada pelas condições de risco, vulnerabilidade ou degradação ao que o ser humano fica exposto no seu trabalho ou ocupação. Nesse GT, temos o objetivo de agregar estudos que associem a precariedade já existente em determinadas profissões, ofícios e ocupações e o aumento a exposição de contaminação pela COVID-19. Também queremos discutir as novas atividades laborais que surgiram para que determinadas classes sociais pudessem seguir as orientações da Organização Mundial da Saúde de quarentena e isolamento social, às custas da exposição destes trabalhadores ao risco de contaminação pelo vírus.

GT-04  Educação Matemática no extremo-sul gaúcho

A disciplina de Matemática tem um status social que lhe atribui grande importância, seja no currículo, nas avaliações externas ou como elemento de decisão na progressão ou retenção de um estudante. A partir do debruçar de pesquisadores e docentes sobre o ensino da disciplina, a Educação Matemática constituiu-se como campo profissional e científico, oriundo de contribuições de áreas como Matemática, Pedagogia, Filosofia, Psicologia, Sociologia, etc. Por meio dessa perspectiva, criam-se coletivos de profissionais, educadores matemáticos, preocupados com a inserção e problematização da disciplina na formação cidadã de sujeitos para as demandas da sociedade contemporânea. Como educadores matemáticos no extremo-sul gaúcho, preocupados em qualificar o ensinar, o pensar e o aprender Matemática, propomos neste grupo de trabalho (GT) discutir a Educação Matemática em suas diferentes instâncias e perspectivas, com pesquisas, estudos e relatos de experiências, voltados ao ensino, ao currículo, à aprendizagem, à formação de professores, ao uso de tecnologias e aos materiais didáticos, bem como à produção de teorizações pertinentes sobre o campo em si. Após o processo de avaliação pelos coordenadores do GT dos textos enviados e a devida publicidade do resultado, iniciar-se-á a organização da dinâmica denominada Cirandas de Formação como estrutura de apresentação e debate dos trabalhos. Nesta perspectiva de desenvolvimento, os coordenadores do GT propõem a cada participante a leitura crítica, antes do evento, da produção de outro colega participante do GT e o envio de um feedback para debate durante o evento síncrono. No momento da apresentação dos trabalhos, o autor do trabalho terá aproximadamente dez minutos de apresentação e o leitor crítico cerca de cinco minutos para tecer seus comentários. Neste contexto, os coordenadores do GT exercem a função de mediadores e articuladores do debate entre os participantes. No que se refere às propostas, o GT propõe-se a considerar um amplo espectro de abordagens teórico-metodológicas que discutam diferentes níveis (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior) e modalidades de ensino (Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação Indígena, Educação Profissional e Tecnológica, Educação a Distância), na medida em que o interesse está na pluralidade do debate, na interlocução entre os participantes e na articulação de atividades futuras que engajem o grupo em uma rede de trabalho em Educação Matemática no extremo-sul gaúcho.

GT-05  Educação Ambiental na Educação Infantil e nos Anos Iniciais: formação de professores e práticas pedagógicas

O Grupo de Trabalho, Educação Ambiental na Educação Infantil e nos Anos iniciais: formação de professores e práticas pedagógicas tem por finalidade pensar a interlocução da Educação Ambiental na escola nas etapas da Educação Infantil e nos Anos Iniciais, dando atenção a formação de professores e na edificação de saberes para a concretização de práticas pedagógicas voltadas para a temática ambiental. A proposta se justifica na medida em que a Educação Ambiental deve ser abordada de forma transversal nos currículos escolares desde a primeira etapa da Educação básica, além de fortalecer os vínculos das crianças com o meio natural, social e cultural. Neste sentido, a articulação de saberes voltados para esta temática torna-se necessários pois contribuem para a reflexão crítica e atuante dos (as) professores (as) nos contextos escolares com o foco nas múltiplas crises planetárias.

GT-06  Discurso em Análise: reflexões sobre o jogo de forças envolvido na produção e na circulação de sentidos

Nesse simpósio intitulado “Discurso em Análise: reflexões sobre o jogo de forças envolvido na produção e na circulação de sentidos”, sob a temática “Contribuições das humanidades nos estudos da cultura latino-americana: transversalidades e travessias em tempos de pandemia”, propomos um espaço para o trabalho de leitura e de interpretação dos discursos que são (re)produzidos, que circulam e se movimentam no contexto ao qual vivemos. Nosso gesto analítico parte da nossa filiação teórica na Análise de Discurso, também tratada como AD, cujo precursor teórico é Michel Pêcheux, mas não excluímos outras perspectivas teóricas que trabalham com o sentido dos textos, ao contrário, convidamos aqueles interessados em trabalhar com os efeitos de sentido (re)produzidos a compartilhar seus estudos relacionados a pandemia do Covid-19. Nesse caminho, o objetivo principal da presente proposta é possibilitar que discursos sejam colocados em foco, em análise, considerando a língua em suas relações com a história e a ideologia. As análises submetidas podem abranger um largo campo da produção discursiva: da política, da arte, da propaganda, da educação, dos direitos humanos, da tecnologia, de documentários, de filmes, da mídia, do corpo, de questões ecológicas, ambientais e de saúde pública, como também, da própria ciência e muitas outras formas de discursos. Salientamos, contudo, que deve haver uma relação de consistência entre teoria/método/procedimentos analíticos e objeto, não sendo o trabalho tomado como simples aplicação automática da teoria, mas como mediação entre teoria e análise, ajustando-se os procedimentos necessários a sua interpretação. A leitura, no viés teórico ao qual trabalhamos, é entendida como um gesto entre tantos possíveis, constituindo-se num processo de construção-descontrução-construção do objeto simbólico ao qual está submetido à análise. Dito de outra forma, a prática de leitura que propomos pensar consiste num trabalho de construção/desconstrução/construção do texto, levando em conta as distintas condições de produção para, a partir disso, observarmos as relações que o discurso estabelece com outros discursos e como os sentidos são (re)produzidos. Dessa maneira, buscamos não ser silenciosas em nossa sociedade, expondo à opacidade dos sentidos, e deixamos as portas abertas para futuras discussões.

GT-07  A Cartografia no Fazer Pedagógico

Este grupo de trabalho trata de questões referentes a cartografia no fazer pedagógico, bem como ao processo de qualificações dos espaços escolares e não escolares referentes a área educacional. Ainda, o ensinar e aprender, como agente promotor das transformações sociais, compreendendo a análise dos aspectos políticos, culturais, econômicos, administrativos e suas consequências para a sociedade. A fim de concretizarmos este estudo, utilizamos como base teórica o conceito de cartografia escolar como ferramenta no fazer pedagógico, portanto  conceitua-se Cartografia Escolar “[…] como um processo de construção e significação contínuo que leva em conta o desenvolvimento espacial e cognitivo do educando” (NOGUEIRA, 2011, P. 11) e não mero conteúdo a ser ministrado no sexto ano. Essa concepção é entendida por autores como Almeida (2001), Almeida e Passini (2002), Oliveira (1978), Paganelli (1982), Passini (1998) e Simielli (1993, 2004), citados por Nogueira (2011). (2001).  Segundo os autores a cartografia escolar é formada pela observação de fatos e fenômenos expressados e/ou observados no fazer pedagógico pelas partes que compõem o ensinar e aprender na prática pedagógica em Geografia e/ou Cartografia Escolar. Este tema suscita questionamentos e para respondê-los é necessária uma análise dos casos, realizar testes empíricos a fim de avaliar as relações hipotéticas a serem levantadas durante a apresentação dos trabalhos, discussão das pesquisas e formulação das considerações especificas dos estudos de caso realizados. Salienta-se ser difícil administrar a cartografia escolar no fazer pedagógico  dentro das normas usuais sem o conhecimento prévio de suas estruturas organizacionais e dos fatores que a condicionam, incluindo os espaços escolares públicos e privados, aspectos históricos, espaços tombados, patrimônios turístico, barreiras físicas públicas e privadas, estrutura físico-natural e condições ambientais. Neste estudo, o conhecimento básico dos elementos da cartografia escolar fazem ser o meio físico a área de estudo considerando campos variáveis de relevância a serem investigados, foram eles: o fator educacional, o fator econômico, o fator social e o fator ambiental.  Sendo que o enfoque inicial levou a reflexões para a análise do planejamento e ordenamento territorial para a cartografia no fazer pedagógico e meio ambiente. Por conseguinte, a concepção do espaço escolar, resulta da interação dos elementos que compõem o quadro econômico, social, ecológico e cultural. Neste sentido, no Ensino Remoto Especial, torna-se especialmente oportuno, para explorar os objetivos de estudar, nos conteúdos iniciais, os fundamentos teóricos e metodológicos da Cartografia no fazer pedagógico. Estes, revelados na interface dos universos da cartografia escolar, turismo pedagógico e, mapas mentais.  Este grupo não tem a pretensão de trazer respostas prontas  mas, a partir de experiências, depoimentos, trazer uma discussão à respeito, da Cartografia no fazer Pedagógico, fundamentado uma base teórica, empírica e metodológica, assumindo uma metodologia quantitativa, qualitativa e interpretativa,  a partir dos estudos de caso e/ou pesquisas apresentados no Grupo de Trabalho.

GT-08  O processo saúde-doença à luz do modelo biopsicossocial: aportes de pesquisas qualitativas para a humanização do cuidado

Na atualidade, observa-se, tanto no contexto acadêmico quanto no âmbito assistencial, a proeminência de dois modelos explicativos sobre o processo saúde-doença. O chamado “modelo biomédico” compreende o processo saúde-doença a partir de um paradigma mecanicista que remete às concepções científicas formuladas no século XV, quando se buscava explicações empírico-racionais para os fenômenos naturais. Dessa forma, fomenta um reducionismo biológico que, muitas vezes, conduz a tratamentos ineficazes, quando não iatrogênicos. Em contraste, o chamado “modelo biopsicossocial” alinha-se à complexidade do processo saúde-doença, pois parte do princípio de que o mesmo se caracteriza pela multifatorialidade e comporta aspectos concernentes à ampla gama de nuances da existência humana. O modelo biopsicossocial, assim, fomenta o diálogo entre saberes operacionalizado por meio do trabalho interdisciplinar no campo da saúde. É possível afirmar, diante do exposto, que o modelo biopsicossocial pode proporcionar subsídios de grande relevância para a humanização do cuidado, ou seja, para a transformação das práticas de saúde em prol da construção de tratamentos voltados aos pacientes, e não às doenças. Porém, a transição do modelo biomédico para o modelo biopsicossocial ainda não foi efetivada, particularmente no Brasil, em que pesem os esforços dos operadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Diante do exposto, o objetivo deste grupo de trabalho é socializar pesquisas que, à luz do modelo biopsicossocial, tematizem diferentes facetas do processo saúde-doença. Mais especificamente, serão privilegiadas pesquisas de natureza qualitativa, sendo que tal opção se justifica por dois motivos básicos. Em primeiro lugar, porque pesquisas qualitativas, colocando em relevo contribuições teórico-metodológicas provenientes das Ciências Humanas no campo da saúde, têm auxiliado a consolidar perspectivas mais matizadas em torno do processo saúde-doença. Em segundo lugar, porque pesquisas qualitativas possibilitam uma incursão no universo subjetivo em que certos fatores do processo saúde-doença – nomeadamente de ordem psicológica e social – se encontram inseridos. A despeito disso, é notória, no campo da saúde, a predominância histórica de pesquisas quantitativas que negligenciam tais fatores ou, na melhor das hipóteses, os exploram como se fossem objetivamente mensuráveis. Conferir visibilidade às pesquisas qualitativas, então, se destaca como um dos caminhos para que o modelo biopsicossocial possa se fortalecer e, por extensão, para que a humanização do cuidado se concretize. Em essência, é dessa tarefa que nos ocuparemos neste grupo de trabalho.

GT-09  Cartografia como método nas ciências humanas e sociais

A cartografia como método de pesquisa nas ciências humanas e sociais tem sua gênese nas Filosofias da Diferença, especialmente no trabalho dos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari. Apresenta-se como uma aposta promissora frente ao desafio de pesquisadores que buscam acompanhar processos, constituindo-se como um método igualmente processual. Investigadores de diferentes áreas, tais como filosofia, educação, psicologia, saúde, ciências sociais, comunicação, arquitetura e artes, tem encontrado neste referencial uma alternativa aos modelos tradicionais da ciência moderna. Assim, este GT terá por objetivo reunir trabalhos de diferentes campos com inspiração cartográfica. A noção de cartografia, apresentada por Deleuze e Guattari como um dos princípios do Rizoma em seu livro Mil Platôs, combate o modelo representativo estrutural e positivista de possibilidades de pesquisa (modelo árvore que pressupõe uma hierarquia) e afirma a variação por meio de uma imagem do pensamento múltiplo rizomático (n-1). Também pode ser entendida como uma continuidade das abordagens metodológicas de Michel Foucault (arqueologia e genealogia). Deleuze referiu-se ao filósofo como um “novo cartógrafo”, devido a utilização de imagens geográficas e espaciais em seu trabalho: posição, campo, domínio, solo, paisagem, entre outros. Deleuze e Guattari empregam também imagens da mesma ordem: território, (des) (re) territorialização, platôs, linhas, estratos, planos etc. Neste sentido, a cartografia diz respeito à distribuição e ao movimento de forças em planos (extensivos: trajetórias histórico-mundiais; e intensivos: forças, devires, afectos) capturando meios e trajetos da pesquisa, a partir da composição de mapas desde a produção de subjetividades presentes no campo estudado; seu esforço aproxima-se mais de uma geografia do que de uma história.  Não há interesse em reproduzir os fatos de forma representativa, ou mesmo em alcançar metas pré-determinadas: a cartografia traça suas metas enquanto movimenta-se. Assim, tal método coloca-se como aliado de investigações interessadas em discutir relações, deslocamentos, afetos, enfrentamentos, forças, desejos, macro e micropolíticas. Para tanto, a pesquisa cartográfica em geral tratará de elementos heterogêneos entre si, que dependerão do campo através do qual se transita. Discutem-se dispositivos e discursos institucionais, mas também arte, filosofia, ciência, cultura pop, textos de diferentes naturezas, grafites, desenhos, conversas informais etc. Para Suely Rolnik (2006, p. 23), trata-se de “dar língua para afetos que pedem passagem”. Sempre que possível, o (a) cartógrafo (a) deve estar atento às surpresas e aos descaminhos, pois é do inesperado que podem emergir as questões instigantes, as singularidades mais desafiadoras. A ética cartógrafa diz de alguém que está necessariamente mergulhado no tempo em que vive e que, atento às linguagens que encontra, devora as que lhe parecem elementos possíveis para a composição de seus mapas.

GT-10  Conjuntura política e o cenário de pandemia no Brasil

Ciência e política nunca estiveram tão próximas. A articulação entre essas duas esferas tem se mostrado defasaria e déficits históricos relacionados à educação e à saúde tem mobilizado debates públicos. Neste contexto, em que se acirram as discussões sobre a importância de investimento e valorização da ciência, observa-se, em via inversa, um desmantelamento da educação, uma falta de planejamento e coordenação, além do alto nível de desinformação, muitas vezes promovido de dentro do próprio âmbito político.   A crise sanitária clareou a realidade da desigualdade social e a carência de acesso a políticas de Estado. A vulnerabilidade e a opressão de parte da sociedade são agravadas pela instabilidade política e pelos discursos contraditórios de governantes, que demonstram a séria desestruturação política e o despreparo de lideranças públicas. A desarticulação entre União, Estados e Municípios aumentam as incertezas e dificultam a implementação de uma gestão compartilhada para combate à pandemia. O Poder Judiciário, que já se encontrava em ascendente protagonismo no Estado, tornou-se o promotor de políticas contra a Covid-19, sendo arena decisória para dirimir conflitos entre instituições e governantes e, em última instância, impor regras que estabeleçam algum norte em meio ao conturbado cenário com o qual a sociedade se depara. Além disso, a conjuntura política e social altamente polarizada, e o vislumbre das eleições que se avizinham, contribui para a necessidade de um debate sobre a gestão política vivida em meio a pandemia do corona vírus. Mesmo diante desta necessidade evidente de reforço às pesquisas nas áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, o que se percebe é uma maior desvalorização dessas esferas de ensino e pesquisa. Dessa forma, é de suma importância fomentar a troca de saberes entre os estudos que busquem discutir a inter-relação entre política e ciência, bem como debater o papel do governo como promotor e implementador de políticas públicas no cenário atual. A proposta desse grupo de trabalho é abrir um espaço para discussões de pesquisas, em andamento ou concluídas, que trabalhem com a conjuntura política e as ações tomadas pelo poder público em relação ao momento de calamidade pública pelo qual passamos. Assim, objetiva-se fomentar a construção de novos conhecimentos e reforçar a importância da área das humanidades nesse contexto em que há carência de recursos e no qual os espaços de discussão estão cada vez mais restritos, menos respeitados e desvalorizados.

GT-11  Entre diálogos interdisciplinares e literatura no contexto latino-americano: realismo mágico nos tempos de pandemia global

As obras literárias são capazes de representar, e capturar as realidades sociais de inúmeras formas e estilos, podemos citar a poesia épica de Homero, os trovadores medievais e todas as possibilidades descritas pelos autores de ficção cientifica. Dessa forma, as possibilidades literárias, poderiam ser utilizadas como instrumentos críticos para reflexões teóricas e metodológicas por inúmeras disciplinas de conhecimento cientifico, especificamente as propostas pela sociologia da literatura, pela filosofia, pela história, mas não apenas. Dito isso, este Grupo de Trabalho visa discutir, a partir de um viés sociológico e interdisciplinar, obras literárias inseridas no chamado realismo mágico latino-americano, corrente literária que abarcou às décadas de 1940 e 1980 e trouxe olhares múltiplos sobre as possibilidades de pensar um novo social, dentro de um contexto problemático. Esse realismo, também chamado de fantástico ou maravilhoso, em autores como Alejo Carpentier, Isabel Allende, Gabriel García Márquez, Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, Dias Gomes, entre outros, que abarcou de Cuba até o Brasil, seria bem diferente da literatura que era feita em contextos europeus e norte-americano, já buscou apresentar uma visão nova da realidade social daquele período, que fundia a cultura popular latino-americana, com seus elementos místicos e tradicionais, e o mundo novo criado pelo choque entre modernidade e passado, muitas vezes pautados em elementos tecnológicos e políticos (regimes ditatoriais). Nesse sentido, na captação de uma realidade social, mágica, fantástica e crítica, uma permissão é concedida para se pensar nos tempos atuais, onde uma pandemia global (COVID-19) forçou populações a novas formas de existência, entre as quais, a busca por possibilidades de fuga da realidade acabariam tendo outro sentido. Com isso, a literatura, em suas variadas formas e gêneros, agiria como ferramenta de compreensão de uma realidade social e subjetiva. Com isso, em um contexto social como o atual, profundamente reconfigurado pela pandemia, a literatura emergiria como relevante na discussão social de realidades construídas e reconstruídas a todo momento. Em suma, através dos exemplos literários (obras do realismo mágico latino-americano), mas não apenas, este GT busca agregar propostas e problemáticas diversas que articulem uma discussão aberta, e concisa, voltada ao diálogo sociologia-literatura e interdisciplinaridade dentro de uma realidade social como a contemporânea, marcada pelo isolamento social, que parece mágica, mas denota uma tragédia anunciada

GT-12  Cultura, Territorialidades e Fronteiras: reflexões em tempos de pandemia

O Grupo de Trabalho (GT) Cultura, Territorialidades e Fronteiras: reflexões em tempos de pandemia é um convite para debatermos a temática na América do Sul, no uso dos espaços e nos sentidos que são produzidos. Tais espaços são constituídos de múltiplas vozes, formando assim um território de intercâmbio cultural. Nessa perspectiva, temos uma socialização de informações das mais diversas áreas do conhecimento, tanto do erudito quanto do popular, que se torna visível através de estudos que compreendem a cultura como heterogênea, híbrida, e também, como um importante instrumento de Soft Power das relações internacionais. Vivemos tempos tristes, de retrocessos, com pautas que pensávamos ter superado, discursos de ódio, xenofobia, racismo, guerra cultural, conflitos de base mercantil e mais recentemente, de pandemia. Nesse contexto pensar a categoria cultura talvez não seja apenas oportuno, mas necessário, uma vez que, neste momento de crise, a cultura como ferramenta de transformação possa estabelecer pontes, desempenhando a função como um importante instrumento de aproximação na manutenção do diálogo, da paz, da interculturalidade; no reconhecimento da diversidade, da pluralidade, na construção com outro, na aceitação das diferenças. No Brasil, a constituição de 1988 em seu artigo 216 ampliou a noção de Patrimônio Cultural ao inserir o reconhecimento de bens materiais e imateriais, com o estabelecimento de direitos e a valorização dos referencias da cultura afro-brasileira, indígena e quilombola. Nesta perspectiva, também deve ser considerada a concepção de paisagem, alargada a partir do conceito de “paisagem cultural” – instituída enquanto categoria pela UNESCO em 1992, como uma nova tipologia de reconhecimento dos bens culturais, uma vez que legitimadas como práticas sociais de cada comunidade. Consoante a estas considerações iniciais, a concepção de patrimônio deve ser considerada como aquela constituída de bens culturais das comunidades ou grupos sociais, sendo portanto, de fundamental importância à identidade e memória dos povos, no entendimento de que estas relações é que dão sentido aos lugares, às paisagens, dentro, entre e além fronteiras.

GT-13  Turismo, sociedade e cultura de fronteira na pandemia do covid-19

A crise enfrentada na região de fronteira devido a pandemia do covid-19 levou o fechamento da fronteira Brasil-Uruguai e como consequência disso gerando fortes impactos econômicos nesta região. Cada fronteira tem sua peculiaridade, forjada em conflitos, tratados, relações familiares, dentre outros que fazem com que seja um lugar especial e enigmático. As discussões centram-se no turismo e objetiva reunir pesquisadores que tenham a cultura e a fronteira como pano de fundo de seus trabalhos. Que abordem a sociedade, as relações sociais, os vestígios étnicos, religiosos e outros que sintetizem esse espaço emblemático, e sua relação no cenário atual de pandemia do covid-19 e ainda contribuições temáticas relativas, paisagem, identidade, imaginário, território e festas. Serão aceitos ensaios e pesquisas que contribuam para o desenvolvimento da atividade turística desde uma perspectiva multidisciplinar e sustentável e assim demonstrar de que forma as investigações podem impactar positivamente na região da fronteira. A presente proposta faz-se importante nesse contexto atual ao qual vivemos como uma possibilidade de aprofundar questões pertinentes ao Turismo e à Fronteira por meio da investigação científica. A proposta nasce como forma de realizar o fortalecimento da pesquisa para aprofundar questões pertinentes ao Turismo e Fronteira e assim integrar docentes e discentes pesquisadores de cursos de graduação e de pós-graduação que discutem o tema. Considerando a tendência para o setor, segundo especialistas de turismo, após a pandemia seria investir nos turistas locais, nesse cenário a região da fronteira e da Costa Doce no RS podem se beneficiar adotando práticas de segurança e sustentabilidade, seguindo protocolos da Organização Mundial da saúde, para que os fronteiriços redescubram a sua região. Torna-se relevante inserir a pandemia do covid-19 neste simpósio temático, uma vez que o globalmente o mundo está afetado numa crise sanitária. Evidencia-se um quadro de queda no fluxo de visitantes na fronteira Brasil-Uruguai, que depende da circulação- de mercadorias e consumidores levando uma perda ao turismo. Todavia esse período pode conduzir a projetar um nova perspectiva na construção de políticas de turismo na fronteira. Neste contexto, observa-se, que os conceitos escritos por Denis Cosgrove (2000; 2002) sobre espaço dominante, residual, emergente e excluído são ressaltados nos lugares onde as fragilidades culturais e socioeconômicas são predominantes. Por fim ao debater a “Geografia Cultural”, da fronteira, em tempos de pandemia, covid-19, apresenta-se aos estudantes brasileiros e/ou fronteiriços um amplo espaço de pesquisa, envolvendo questões teóricas e empíricas. Espera-se que as contribuições oportunizem um amplo debate, bem como, a construção de uma sociedade consciente e humana.

GT-14  História, Memória, Identidades

O objetivo é estabelecer aproximações entre a história, memória e Identidade elementos importantes na compreensão das sociedades de Fronteiras. As relações de poder instituída ao longo do tempo pelas Elites alteraram as relações entre estado e sociedade estabelecendo um novo contexto social nestas regiões. As Políticas Públicas em regiões de fronteiras necessitam de uma melhor compreensão da realidade social para isto é importante congregar nestas discussões os diferentes saberes de todas as áreas do conhecimento.

GT-15  O ensino e aprendizagem de língua: a construção do conhecimento do professor além do sistema linguístico

O ensino de língua materna demanda o estabelecimento de relações entre as diferentes áreas de ensino, levando em consideração o papel do professor como mediador do conhecimento teórico aliando ao contexto social. Para que essa mediação seja feita de forma eficiente, ressalta-se a importância da atuação interdisciplinar docente no tocante aos temas da atualidade. Além de estimular a formação do professor como um pesquisador, por estar em constante busca por atividades que integrem diferentes áreas de conhecimento, o uso da interdisciplinaridade em sala de aula é uma oportunidade favorável ao resgate de sua própria trajetória profissional, através da possibilidade de retomar, adquirir e/ou aprofundar conhecimentos construídos em sua formação como educador. O ensino de língua materna, em muitos momentos, se depara com obstáculos ao desenvolvimento da língua na sua funcionalidade, seja em função de entraves como: metodologias e aplicação da Linguística não satisfatória nos livros didáticos utilizados, orientação dos currículos para atendimento a exigências de concurso e não para o uso social e funcional da língua, inculcação da gramática ideológica que constituem alguns dos motivos pelo qual a gramática continua sendo o apoio fundamental da orientação dos programas de línguas, uma vez que se observa que a noção que se procura ter de língua é a de uma estrutura estável, acabada, disponível de maneira uniforme entre todos os falantes. Assim, o desdobramento do ensino de língua materna em seus demais campos como: fonético, semântico, variacionista, discursivo, entre outros, acabam sendo prejudicados em prol do ensino exaustivo da norma padrão, muitas vezes descontextualizada do contexto real de uso. Ainda que de maneira abrangente, essa abordagem permite conhecer, entender e compartilhar a elaboração de trabalhados teóricos e práticos desenvolvidos em algumas instituições, seus sucessos e falhas, possibilitando, assim, a busca de solução de problemas concernentes ao uso da língua como instituição social, ou mesmo o conhecimento de diferentes práticas de uma abordagem já utilizada. Nesse sentido, o que é e como ensinar português além da norma padrão? Como trabalhar as demais áreas que envolvem o estudo da linguagem tornando o ensino de língua materna mais democrático e interdisciplinar? Qual a contribuição e importância de o professor voltar a ser aluno em cursos de formação complementar para aprimorar seus conhecimentos sobre os demais campos do estudo da linguagem para o ensino de língua materna? Essas são algumas das questões que nortearão o debate para construção de alternativas para o ensino-aprendizagem de língua materna. 

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