Prorrogado: Edital 02/2020 – e-Book e-book Fortuna Crítica de Oliveira Silveira: o poeta da consciência negra brasileira

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A Editora do Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura – CLAEC, convida docentes e pesquisadores a enviarem seus artigos para publicação no e-Book FORTUNA CRÍTICA DE OLIVEIRA SILVEIRA: o poeta da consciência negra brasileira. O e-Book, organizado por Sátira Pereira Machado (Universidade Federal do Pampa), Deivison Moacir Cezar de Campos (Universidade Luterana do Brasil) e Naiara Rodrigues Silveira Lacerda (Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, filha única de Oliveira Silveira e dirigente da Associação Negra de Cultura-ANdC criada pelo poeta, bem como, impulsionadora do projeto Sopapo Poético de Porto Alegre), tem publicação prevista para dezembro de 2021.

 

Oliveira Silveira (1941-2009) nasceu na região da cidade de Rosário do Sul, localizada no bioma pampa do estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, na América Latina. Sua consciência cidadã inicia ainda na infância, quando acompanhava seu pai em campanhas trabalhistas. Na década de 1960, enquanto cursava o Ensino Secundário no Colégio Júlio de Castilhos, leu o livro Reflexões sobre o Racismo do francês Paul Sartre(1905-1980), por indicação da poetiza gaúcha Lara de Lemos (1923-2010). Desde então, passou a respeitar o Movimento Negritude, principalmente o escritor dessa corrente literária francesa Aimé Césaire (1913-2008). Graduou-se, então, professor de Português-Francês e suas respectivas literaturas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1965. Depois de publicar seus primeiros livros, reuniu algumas poesias para participar do concurso literário da União Brasileira de Escritores, em 1969. Na coletânea estava o poema Treze de Maio, com versos como: “Treze de maio traição/liberdade sem asas/e fome sem pão”. No concurso recebeu a Menção Honrosa, publicando o livro Banzo, saudade negra, em 1970, com as poesias premiadas. Desde esses tempos, persistiram discussões sobre as comemorações do 13 de maio, valorizado como o dia do fim de um sistema econômico que escravizou majoritariamente as populações negras brasileiras. Por um lado, os vários debates entre negros e negras porto-alegrenses culminaram com o primeiro ato evocativo ao 20 de novembro, em 1971, como forma de valorizar a experiência do Quilombo dos Palmares como símbolo da resistência negra no país, que tinha Zumbi como um de seus líderes martirizado. Esse primeiro ato foi celebrado pelo grupo que adotou o nome desse quilombo – Grupo Palmares – dirigido por Oliveira Silveira e por Helena Vitória Machado, entre 1971 e 1978. Como a repercussão nacional do ato evocativo e a realização de manifestações em comunidades negras para celebrar o 20 de novembro, a data foi aderida pelo Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial em sua criação em 1978. No contexto dos debates sobre políticas públicas para as populações negras na Constituição Brasileira de 1988, a Fundação Cultural Palmares foi institucionalizada junto ao Governo Federal, colocando a temática na agenda política do país. Em 2011,o 20 de novembro foi instituído Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, pela de 12.519, para além de já constar no calendário escolar, por meio da Lei Federal nº 10.639. Por outro lado, o escritor Oliveira Silveira passa a investir na consolidação de sua obra poética, paralelamente a trajetória do reconhecimento do 20 de novembro, publicando, por exemplo: Décima do negro peão(1974); Praça da palavra: poemas (1976); Pelo escuro – poemas afro-gaúchos (1977); Roteiro dos tantãs (1981); Poema sobre Palmares (1987); Anotações à margem (1994); Orixás – pintura e poesia, com o artista plástico Pedro Homero (1995); Bandone do Caverá (2008). Em 2012, o também poeta Ronald Augusto organizou o livro póstumo Oliveira Silveira: obra reunida, publicado pelo Instituto Estadual do Livro e a CORAG do Rio Grande do Sul. Nesse percurso, sua obra vem ganhando destaque nas literaturas gaúcha, sul-rio-grandense e brasileira, principalmente pelo resgate das culturas negras nas artes literárias.Mas o legado de Oliveira Silveira extrapola a poesia e o 20de novembro. Estende-se para diferentes áreas culturais, acadêmicas e políticas surgidas e criadas em seu entorno-ou com sua participação-mantendo a estratégia coletiva, proposta pelo Grupo Palmares. Criou entidades culturais como, por exemplo, a Associação de Cultura Negra (ANdC), ainda em atuação. Visibilizou o jornal da imprensa negra O Exemplo, apoiou uma geração de pesquisadores/as de universitários/as com seu acervo. Participou da organização nacional do movimento clubista –de centenários clubes e sociedades negras-além de ter atuado na consolidação de conselhos políticos nos diferentes níveis do setor público, entre muitas outras iniciativas. Nesse sentido, essa fortuna crítica terá como temática escritos sobre a vida, a obra e a consciência negra de Oliveira Silveira, bem como os desdobramentos do 20 de novembro (Dia da Consciência Negra).

 

Mais informações sobre o e-book e as formas de participação deverão ser obtidas no edital da chamada pública abaixo.

EDITAL DE CHAMADA PÚBLICA Nº 02/2020.

 

Cronograma

            DatasAtividades
30/09/2021Prazo para submissão de artigos (PRORROGADO)
01 a 31/10/2021Processo de avaliação e seleção dos artigos
11/2021Divulgação dos artigos selecionados
12/2021Publicação do Livro (e-book)

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